quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

2 - Histórias de campobelenses que vivem ou viveram fora do Brasil.





Thales Garcia Silva

Thales decidiu fazer um intercâmbio cultural aos 29 anos quando já tinha essa ideia construída e pôde efetivá-la, concomitante à sua saída do emprego. Para ele essa decisão seria, além de uma nova experiência, uma forma de fugir do comum. A Irlanda do Sul foi o país escolhido, influenciado por uma amiga que já estava morando lá, ou seja, um ponto de partida e apoio. E também, pela facilidade do visto. Viveu em Dublin, capital do país, onde vivenciou inúmeras experiências: boas e ruins.
Durante o tempo do intercâmbio, aprendeu uma língua nova, o inglês. Aprendia no curso e também ao praticar no seu cotidiano. Fez novos amigos e pôde compartilhar ideias. Pôde também usufruir da excelente educação e segurança da Irlanda. 
Estando na Europa, conheceu outros países como: Holanda, Escócia, Inglaterra, França, Espanha e Bélgica desfrutando assim de novas culturas e de uma nova forma de ver o mundo. O que ele definiu como uma "superação de barreiras".
Um intercâmbio acrescenta muito positivamente, contudo há também o choque de culturas. Thales se deparou com a Xenofobia, "eram pessoas extremamente preconceituosas com os estrangeiros". Relatou que um dia quando estava trabalhando, entregando revistas, um senhor pegou uma de sua mão rasgou e jogou-a no chão, acusando-o de roubar o emprego dos nativos. Também uma professora de sua escola se dirigiu a ele inconformada por não entender o motivo de tantos brasileiros irem para lá.
Para ele, estar em casa no Brasil, condiciona pontos positivos como: mordomias, apoio familiar, a presença dos amigos e a comida de costume. Além disso, trocar um país ensolarado por um chuvoso e frio é um grande obstáculo. Mas, mesmo assim, ele garante que faria um intercâmbio novamente, pois é uma experiência muito válida -"enriquecedora". "Por mais que você esteja sozinho, há o sentimento de vencer obstáculos, de poder fazer tudo aquilo que quiser sem interferência de ninguém, é como ultrapassar os limites" - disse ele.




Histórias de campobelenses que vivem ou viveram fora do Brasil.



Isabel Vieira Bahia Vilela 

Isabel tem apenas 17 anos, mas possui amadurecimento suficiente para tomar suas próprias decisões, mesmo que essas sejam difíceis. Uma delas foi a de fazer um intercâmbio cultural de ensino médio, com duração de um ano, para Finlândia. Este país não está entre os favoritos pelos brasileiros, porém, além de sua originalidade, ela queria algo bem diferente e que a surpreende-se. A língua inglesa também era um de seus pré-requisitos e foi assim que a Finlândia virou cenário da sua vida.
No Brasil Isabel estaria cursando o 3º ano do Ensino médio e se preparando para o vestibular, contudo ela preferiu inserir um novo rumo na sua vida, o que para muitos jovens seria impensável. "Foi meio complicado deixar o meu ensino médio antes de terminar, mas acho que não haveria outra oportunidade como essa." Sua atitude é realmente admirável, pois necessita-se de muita determinação.
Isabel explica que de acordo com o MEC esse intercâmbio pode validar o ano letivo, contudo para isso é preciso cursar cinco matérias obrigatórias, dentre elas: matemática; geografia ou história; física, química ou biologia; educação física e a língua oficial do país em que se está. Porém, ela decidiu aproveitar o que sua escola na Finlândia podia oferecer e também cursar apenas aquilo que lhe interessava, reforçando sua intenção de vivenciar novas experiências. No momento, está cursando matemática, espanhol, russo, geografia em inglês, finlandês e aula de dança ("Para um baile que nós temos aqui em fevereiro, que é uma tradição bem legal").
Ela ainda ficará um bom tempo desfrutando da cultura finlandesa, todavia sem o que mais sente falta: arroz, feijão, seus amigos e seus pais.  Diante da vasta bagagem cultural que está construindo, isso será tolerável, até porque há um futuro que a espera e ela poderá aproveitar tudo isso.
Esse sonho foi só possibilitado graças a sua coragem e apoio de seus pais que a incentivaram mesmo diante da preocupação e saudade. Para alguns isso pode ter sido perda de tempo, mas como diria Renato Russo "Temos todo tempo do mundo (...) somos tão jovens.", com certeza, esse tempo não foi perdido, e sim um tempo de muitos ganhos que ficarão para eternidade.

ps: E aqui vai uma novidade que estou acrescentando, pois aconteceu depois da nossa conversa. A Isa está namorando, a Finlândia além de tudo, lhe trouxe um novo amor.